segunda-feira, 7 de março de 2011

Projeto de educação ambiental: Desenvolvimento Sustentável

Desenvolvi este projeto  com a turma da 3ª fase do 2º ciclo B (5ª série), período vespertino, tendo como tema “Desenvolvimento sustentável: também depende de mim” a fim de participar da Feira de Ciências promovida pela Escola Municipal Anastácio Feliciano Alves, no letivo de 2010.


1. Introdução

          Quando falamos em cuidar do Planeta Terra, lembramos automaticamente de desenvolvimento sustentável que é a forma de desenvolvimento que não agride o meio ambiente de maneira que não prejudica o desenvolvimento vindouro, ou seja, é uma forma de desenvolver sem criar problemas que possam atrapalhar e/ou impedir o desenvolvimento no futuro.
           O atual modelo de crescimento econômico gerou enormes desequilíbrios; se, por um lado, nunca houve tanta riqueza e fartura no mundo, por outro lado, a miséria, a degradação ambiental e a poluição aumentam dia-a-dia. Diante desta constatação, surge a idéia do Desenvolvimento Sustentável, buscando conciliar o desenvolvimento econômico com a preservação ambiental.
           Acredita-se que isso tudo seja possível, e é exatamente o que propõem os estudiosos em Desenvolvimento Sustentável, que pode ser definido como: "equilíbrio entre tecnologia e ambiente, relevando-se os diversos grupos sociais de uma nação e também dos diferentes países na busca da equidade e justiça social".
          A escola é um espaço formal de construção de conhecimento, por esta razão deve educar para a vida e formar alunos críticos que serão multiplicadores de conhecimento. Os Alunos juntamente com seus professores devem conscientizar a comunidade quanto a ações iniciadas nas escolas, se desenvolvendo como um cidadão consciente do ambiente, adquirindo habilidades para trabalhar individual e coletivamente em busca de soluções para resolver os problemas atuais e prevenir o futuro.
         Sendo assim a escola e o professor tem papel fundamental na formação de nossas crianças para que possam se tornar cidadãos conscientes, pois é nela que aprendemos medidas, atitudes educativas que podem ajudar a diminuir o impacto de ações humanas no meio ambiente e promover o desenvolvimento sustentável.


2. Objetivos

 Sensibilizar os alunos sobre a importância das atitudes individuais para o futuro do planeta.
 Mostrar que se cada um fizer a sua parte, estará ajudando para um mundo melhor.
Adotar atitudes que resultará no desenvolvimento sustentável do planeta.
 Perceber a necessidade de uma nova postura frente ao meio ambiente, garantindo uma melhor qualidade de vida
 Identificar as formas de utilização dos recursos naturais durante o tempo a fim de compreender a interação do homem com a natureza.


3. Conteúdos trabalhados

 Desequilíbrio ambiental
 Recursos renováveis e não renováveis: consumo consciente
 Desenvolvimento sustentável rural: pastagens, agricultura e desmatamento
 Desenvolvimento sustentável urbano: Construções em áreas indevidas
 Lei ambiental: preservação das nascentes dos rios e matas ciliares
 Desmatamento e agricultura

4. Colaboradores:

 
1-Professor Weliton Firmínio de Freitas,
2- Técnica administrativa Aline Rose dos Santos,
3- Coordenadora Mirian Regina Camargo Barroso.


5. Metodologia


O projeto foi desenvolvido em uma turma da 3ª fase do 2º ciclo durante 3 semanas de aulas. As atividades foram voltadas para a vivência dos alunos, possibilitando atividades práticas e observações pessoais no meio em que convivem.

Como o tema do projeto era Desenvolvimento Sustentável, os alunos foram divididos em quatro grupos e cada um trabalhou com um subtema: O primeiro grupo falou sobre Preservação das nascentes e matas ciliares, o segundo falou sobre Desenvolvimento sustentável no campo, o terceiro falou sobre o desenvolvimento sustentável na cidade e o último grupo falou sobre as medidas e atitudes que cada ser humano deve ter para garantir a sustentabilidade do Planeta Terra.

As atividades ( sequências didáticas) deste projeto se deram em sete etapas:

1ª etapa: filme: Bee Movie: A história de uma abelha
2ª etapa: Interpretação de uma Tirinha de Maurício de Souza (Fonte: internet)
3ª etapa: Aula de campo ( visita ao córrego que está sendo canalizado)
4ª etapa: Confecção das maquetes
5ª etapa: Elaboração de um mini projeto por cada grupo
6ª etapa: Apresentação dos resultados na Feira de Ciências
7ª etapa: Produção de texto individual


6. Desenvolvimento das atividades

6.1 Primeira etapa - Filme: Bee Movie: A história de uma abelha

Para introduzir o assunto sobre o desenvolvimento sustentável achei por bem começar com a apresentação do filme Bee Movie: A história de uma abelha, o qual mostra através de desenho animado o efeito da ação individual que causa o impacto ambiental, bem como a função importante de cada ser na natureza.

Sabemos que a televisão é um recurso pedagógico interativo e que pode ajudar a simplificar termos e assuntos através da visualização. Portanto após assistirmos ao filme fizemos a discussão oral e escrita sobre o desequilíbrio ambiental mostrado nele. Para finalizar esta etapa os alunos fizeram um desenho representando a sua visão sobre o assunto tratado no filme.

6.2 Segunda etapa – Interpretação de texto

Por se tratar de turmas de 5ª série é necessário que as informações sejam passadas de uma forma simples através de atividades que eles possam refletir e compreender o processo que envolve um processo tão complicado como o desenvolvimento sustentável.
Para este momento usei a tirinha do Maurício de Souza (fig1) para que os alunos fizessem a interpretação:

 
Figura1: Tirinha do Maurício de Souza usado para interpretação de texto.(Fonte: internet)

 Questões para interpretação da tirinha:

1) Pinte a tirinha e reescreva o diálogo entre o Zé Lelé e o Chico Bento, fazendo as correções necessárias:
2) Em sua opinião por que o Chico Bento diz que está plantando uma árvore de esperança?
3) Por que as árvores são importantes para o planeta Terra?
4) Por que o desmatamento está aumentando cada dia mais?
5) Elabore um texto a partir das respostas das questões2, 3 e 4.

6.3 Terceira etapa – aula de campo

Após a discussão em sala de aula sobre o que seria o desenvolvimento sustentável, fizemos uma visita ao córrego (fig.2) que corta a cidade e está passando pelo processo de canalização.
Esta etapa foi importante para que os alunos pudessem visualizar uma das ações do ser humano a fim de recuperar o córrego da nossa cidade depois de ter causado o impacto ambiental por meio de desmatamento da mata ciliar e as construções de casas ao seu redor de forma inadequada.

Figura 2: Imagens da canalização do córrego onde fizemos uma visita. (foto Eliabe)


6.4 Quarta etapa – Confecção das maquetes

Nesta etapa os alunos já conseguiam diferenciar o desenvolvimento sustentável do insustentável. Mas em se tratando de desenvolvimento sustentável encontramos termos como mata ciliar, reservas ambientais, desmatamento controlado, entre outros que ainda estão confusos em suas “cabecinhas”.

Desta forma se faz importante que eles expressem o seu conhecimento sobre o assunto trabalhado de uma forma concreta. Então passamos à fase da construção das maquetes que acredito ser uma ótima oportunidade para o professor avaliar o que os alunos já sabem sobre o assunto estudado e o que ainda precisa ser reforçado.

Nesta etapa não houve divisão de grupos, eles trabalharam todos juntos (fig.3). Neste momento percebi muita solidariedade entre a turma. Foi muito produtivo. Enquanto uns cortavam o isopor, outros faziam as árvores, as casas, etc. Enfim em duas aulas conseguimos fazer as três maquetes: uma representando a zona urbana, outra representando a zona rural e a outra mostrando as matas ciliares e nascentes preservadas.











Figura 3: Imagens dos quatro grupos trabalhando juntos na confecção das maquetes.

 Para a confecção das maquetes usamos os seguintes materiais: tinta guache, cola, tesoura e pincéis, isopor, papel crepom verde claro e escuro, palitos de dentes, bois de brinquedos e carrinhos, caixinhas de remédios, pasta de dentes, entre outras.

6.5 Quinta etapa – elaboração de um mini projeto em grupo

Nesta etapa os grupos foram separados (fig.4), pois os assuntos (sub temas) eram diferentes. Para cada grupo foi nomeado um líder que coordenou todas as atividades desenvolvidas por eles, inclusive a apresentação durante a Feira de Ciências.















Figura 4: Imagens dos grupos pesquisando para a elaboração do mini- projeto.
          
         Após a realização de todas as etapas anteriores os alunos discutiram entre si e sintetizaram as informações adquiridas sobre o assunto. Juntos eles decidiram qual seria a melhor forma de repassá-las ás pessoas que visitassem o trabalho deles.

          Este momento foi importante para os próprios alunos avaliarem o que já sabiam e o que precisava pesquisar mais sobre o assunto em questão.
Para facilitar esta atividade passei a cada grupo um roteiro do que seria o projetinho deles:

1. Tema do trabalho
2. Subtema do trabalho
3. Justificativa ( por que este trabalho é importante)
4. Objetivos ( o que queremos aprender e ensinar com este trabalho)
5. Metodologia ( como é que vocês fizeram para alcançar os objetivos)
6. O que o grupo já sabe sobre o subtema de seu trabalho?
7. Quais as ações que nós devemos ter para ajudar o ambiente em que nós vivemos?
8. Referências

            Para complementar a pesquisa cada elemento do grupo fez um resumo do que iria apresentar no dia da Feira e anexou ao projeto. Esta atitude foi necessária para garantir que todos os membros do grupo tinham lido e compreendido o assunto estudado até o momento.
6.6- Sexta etapa - Apresentação dos resultados na feira de ciências

          Após realizar todas as etapas do projeto, os alunos não tiveram dificuldades para falar sobre o trabalho desenvolvido, já que à medida que realizávamos cada uma das atividades programadas, os assuntos iam sendo absorvidos aos poucos pelos alunos.









 Figura 5: Imagens do grupo que falou sobre o desenvolvimento sustentável na cidade


Figura 6: Imagens do grupo que falou sobre a importância das matas ciliares e reservas ambientais.









 Figura 7: Imagens do grupo que falou sobre o desenvolvimento sustentável na zona rural.











 Figura 8: Imagens do grupo que falou sobre as ações humanas para termos um desenvolvimento sustentável.

6.7 Sétima etapa – produção de texto individual

          Esta etapa foi realizada após a apresentação da Feira de Ciências. Através dela pude avaliar o aprendizado de cada um sobre o tema estudado. Neste momento eles fizeram também uma avaliação geral de sua participação na Feira e de seus colegas.
          Quando se desenvolve um trabalho em grupo acho necessário fazer uma avaliação individual, mesmo que os alunos tenham sido avaliados na participação das atividades em grupo, pois só assim fica claro até onde o projeto foi significativo para cada um deles.
          Outro ponto importante que não podemos deixar de considerar ao desenvolver um projeto, por mais simples que seja, é ouvir a opinião dos alunos a respeito dele. Através do depoimento dos alunos o professor adquire informações necessárias para uma auto-avaliação do trabalho desenvolvido e percebe ainda, o que deu certo, o que não deu e onde precisará ser melhorado.


7. Depoimento de alguns alunos que participaram do projeto


O nosso tema foi o desenvolvimento sustentável. A preparação para a feira de ciências foi muito legal. Todos nós estudamos muito para não fazer feio no dia. A parte que eu mais gostei foi apresentar para os alunos porque eu mostrei para todos o que eu sabia sobre o desenvolvimento sustentável. Eu achei muito bom a feira de ciências desse ano porque todos se esforçaram para apresentar. Eu aprendi mais sobre o desenvolvimento sustentável na zona urbana e zona rural e matas ciliares. Não podemos desmatar e nem queimar de forma descontrolada. É isso que eu aprendi.  (Maria Lúcia)

O tema do trabalho na minha turma foi desenvolvimento sustentável. Foi bom porque nós fizemos as maquetes e o projeto. Depois estudamos o trabalho. A parte que mais gostei foi a construção da maquete porque ao mesmo tempo que nós fazíamos, nós brincávamos. Acho que a feira deste ano foi mais organizada do que o ano passado e gostei do tema do meu trabalho porque falou do que está acontecendo com a Terra.  ( Rayssa Gonçalves Cunha)

O tema do nosso trabalho foi desenvolvimento sustentável e a preparação foi muito boa porque todos ajudaram no trabalho. Enquanto todos ajudavam, ninguém brigou. Eu achei que a Feira de Ciências deste ano foi melhor do que no ano passado pois a gente não teve que ficar em pé durante a feira. Gostei do tema do nosso trabalho porque foi feito com muita antecedência e todos os alunos do nosso grupo trabalharam sério.    ( Wanderson Sousa de Oliveira)

Para a preparação da Feira de Ciências pesquisamos na internet, fizemos maquetes e apresentamos para os colegas na sala de aula. A parte que eu mais gostei foi fazer as maquetes porque sentamos no chão e nos sujamos de tinta. A Feira deste ano foi mil vezes melhor do que as outras feiras, mas acho que os alunos deveriam ter um pouquinho mais de atenção na hora de explicar e estudar mais para responder as perguntas. Gostei do tema do meu trabalho porque passei para as pessoas que não pode desmatar de forma descontrolada. ( Edilaine José da Silva)

O desenvolvimento sustentável significa não ter muito e nem pouco, mas o suficiente para a sobrevivência do homem sem causar grandes prejuízos a natureza. A preparação foi bem intensa. As maquetes ficaram lindas e todos que visitaram o nosso trabalho amaram o projeto. A parte que eu mais gostei foi o dia da apresentação porque foi o dia em que eu apresentei de verdade. Acho que a Feira de Ciências deste ano foi muito melhor do que do ano passado porque eu estava mais à vontade. Adorei o tema da Feira este ano porque adoro os animais e o meio ambiente. Eu falei sobre matas ciliares e nascentes rodeada de árvores que não podem ser desmatadas, pois os rios vão secar e os animais vão morrer também. (Mônica Apareciada Pacheco)

Foi bom fazer este trabalho porque trabalhamos em grupo, onde um ajuda o outro. Bom o que mais gostei foi ver que tinha muita gente querendo saber sobre nosso trabalho. A gente vê que as pessoas estão interessadas em saber sobre o que estudamos. ( Valquíria Barbosa Neves)

Na preparação do nosso trabalho lemos muito para que na hora da apresentação, todos nós conseguíssemos responder as perguntas das pessoas. Gostei do tema do nosso trabalho porque aprendemos que devemos desmatar somente o que precisa e nunca nas margens dos córregos e rios. ( Cleiton Pereira da Costa)

A parte do trabalho que eu mais gostei foi a explicação no dia da Feira porque nós estávamos mostrando o que sabíamos sobre o desenvolvimento sustentável. Gostei do tema do meu trabalho porque ele mostrou o que o homem está fazendo com a natureza. (Nayane Kuhne de Paula)

Foi bom apresentar a Feira de Ci~encias porque as pessoas gostaram do jeito que a gente explicou para quem visitou nosso trabalho. Gostei do tema do trabalho porque a gente aprendeu que desenvolvimento sustentável é não ter pouco e nem muito e sim o bastante para sobrevivência da raça humana. ( Amanda Benvinda Neves de Souza)

Gostei do tema da Feira de Ciências deste ano porque é bom de explicar. Ele ensina que não devemos poluir os rios e também não construir na beira dos córregos. A parte que mais gostei foi responder as perguntas das pessoas. A gente estudou muito para saber responder qualquer pergunta sobre o trabalho. (Paulo Henrrique)

A parte do trabalho que mais gostei foi explicar para os outros, pois enquanto eles estavam aprendendo, eu também estava.  ( Raiane Galvão )

O meu trabalho falou sobre desenvolvimento sustentável na zona urbana. Foi muito legal a nossa Feira de Ciências porque vieram pessoas de outras escolas e fizeram muita pergunta para nossa turma. ( Lesliane Cordeiro da Silva)

O desenvolvimento sustentável ajuda o meio ambiente. A preparação do nosso trabalho foi muito bonita e interessante. Gostei de fazer este trabalho porque ele foi muito lido no dia da apresentação da Feira. ( Jadison José da Silva)

O tema do nosso trabalho foi desenvolvimento sustentável. Foi dividido em quatro grupos, construímos três maquetes e fizemos muita pesquisa. Eu achei a feira deste ano melhor do que no ano passado. Gostei do meu tema porque aprendemos que devemos consumir de forma consciente e só desmatar o que for necessário. (Jalison José da Silva)

A preparação para a feira de ciências foi um sucesso. Todos colaboraram . A parte que eu mais gostei foi quando os alunos da Couto chegaram. Não gostei da parte que eu fiquei sentada atrás da maquete até as 3 horas da tarde. Gostei mais ou menos do tema do meu trabalho. ( Andressa Caetano dos Santos)

8. Considerações finais


        Com o desenvolvimento das etapas (seqüências didáticas) na realização deste projeto percebi que os alunos trabalham muito mais motivados quando o trabalho tem objetivos claros e sustentáveis. Já acompanhei muitos alunos em feira de ciências, mas nunca havia trabalhado por meio de seqüências didáticas.
       O que via eram alunos preparando o que seria mostrado nas feiras em dois ou três antes da apresentação. Quando chega a hora de repassar aos visitantes o que aprenderam, se mostram inseguros.
       Quando o trabalho é feito através de variadas atividades seqüenciais o professor tem oportunidade de atender individualmente a dificuldade de cada aluno. E assim damos chances aos nossos alunos para aprenderem e demonstrarem este aprendizado.
       Da mesma forma enquanto participam das atividades, os alunos tiveram oportunidade de demonstrar suas habilidades individuais, pois é fato que eles não são iguais e, portanto uns saem melhor em determinada atividades, outros não. Sendo assim, à medida que o professor desenvolve maneiras diferentes de trabalhar o conteúdo em questão, o aluno tem a oportunidade de mostrar o que aprendeu e ser avaliado de forma mais justa.
      Durante o desenvolvimento deste projeto, os alunos não foram avaliados pelo interesse e participação em todas as etapas das atividades desenvolvidas. Foram avaliados pelo que aprenderam e as variadas atividades desenvolvidas foram meios utilizados para que cada aluno tivesse oportunidade para aprender.
     Sendo assim a avaliação em sala de aula não pode continuar sendo um fim e sim um meio. Não podemos avaliar uma turma inteira de uma única forma. É preciso consideramos que um aluno que não se expressa tão bem oralmente, ele pode demonstrar seu conhecimento através da escrita, ou de repente ele precise de algo mais palpável para assimilar o assunto abordado, neste caso, a confecção de maquetes se tornaram momentos significativos de aprendizagem para muitos deles.
    Enfim as variedades de atividades desenvolvidas possibilitaram que todos os alunos da turma contribuíssem de forma significativa com o projeto. Os alunos trabalharam de forma colaborativa desde a primeira até a última atividade.


9. Referências

SITES

http://www.unicamp.br/unicamp/unicamp_hoje/ju/setembro2003/ju229pg2b.html: A TV Digital interativa no espaço educacional" de Sérgio Ferreira do Amaral e Daniel Moutinho Pacata.
http://www.suapesquisa.com/ecologiasaude/sustentabilidade.htm
http://www.suapesquisa.com/ecologiasaude/leis_ambientais.htm
http://www.suapesquisa.com/desmatamento/
http://www.suapesquisa.com/poluicaodaagua/
http://www.wwf.org.br/informacoes/questoes_ambientais/matas_ciliares/



ESTADO DE MATO GROSSO
SECRETARIA MUNICPAL DE EDUCAÇÃO
ESCOLA MUNICIPAL ANASTÁCIO FELICIANO ALVES
PROFESSORA MARIA DIAS DOS SANTOS
CAMPINÁPOLIS - MT

Relato de experiência - Olimpíada 2010

Olimpíada de Língua Portuguesa – 2010

Relato de experiência - Refazendo o caminho

Sou professora efetiva na rede municipal de ensino, há 11 anos, na cidade de Campinápolis-MT. Graduada em Ciências Biológicas, pós-graduada em Linguística e alfabetização e concluo, no final deste ano, uma especialização em Tecnologia na Educação. Contudo, o que eu gosto mesmo de lecionar é a disciplina de Língua Portuguesa. Ela nos dá oportunidade de ajudar muito os nossos alunos. Algumas vezes faltam professores desta disciplina na minha escola e sempre que possível, leciono essas aulas.

A situação em que está a qualidade de produção de textos de nossos alunos deixa-me preocupada e, como professora, sinto-me responsável por este descaminho também. A cada dia que passam vejo que eles demonstram menos habilidade nesta prática escolar.

Em 2008 conheci e acompanhei o primeiro trabalho da Olimpíada de Língua Portuguesa (OLP) na escola onde trabalho. Na época, era coordenadora de ensino e apenas coordenei o trabalho dos professores em sala de aula. Este ano de 2010 foi diferente, tive a oportunidade de por a “mão na massa”. Sou a professora de Língua portuguesa nas turmas de 5ª a 7ª série do Ensino Fundamental e pela primeira vez, experimentei o trabalho por meio de sequências didáticas.

Devido às turmas que estava lecionando, pude trabalhar com dois gêneros sugeridos pelo projeto: Poesias ( 5ª série) e memórias literárias( 6ª e 7ª série).

Confesso que no início tive muito receio. O “novo” deixa a gente meio assustada. A minha maior preocupação no momento era com os conteúdos que ficariam atrasados. Fomos orientados a parar com o planejamento anual e trabalhar apenas com a O.L.P.

Dei início ao trabalho com os gêneros textuais no início do 2º bimestre deste ano. À medida que fomos desenvolvendo as oficinas, fui tomando gosto pela olimpíada porque via os alunos participarem de uma forma que me surpreendeu. Realmente não esperava que tivessem um desempenho tão positivo.

1. Poesias

Realizado em duas turmas de 5ª série, resultou em uma coletânea contendo uma produção de cada aluno, o qual se responsabilizou pela ilustração de seu próprio texto.

Para dar conta de todas as etapas da sequência didática do projeto tive que fazer algumas adaptações: Usei como ponto de apoio para reforçar as oficinas, as poesias de Cecília Meireles. Primeiro pesquisamos poemas e poesia em material disponível na biblioteca da escola e cada aluno trouxe de casa um exemplar também. Montamos o mural de poemas na sala de aula e toda vez que trabalhava uma característica desse gênero, recorríamos aos poemas disponíveis no mural, e claro, reforçando sempre com Cecília Meireles. Desta forma desenvolvemos todo o trabalho com auxílio deste mural.

Como o tema da O.L.P. é “O lugar onde vivo”, pedi ajuda ao professor de geografia das turmas, que colaborasse com dados geográficos sobre o município, bem como relevo, economia, população, clima, localização, etc.

A partir da colaboração do professor de geografia produzimos acrósticos com o nome do município, nome da escola, o nome do bairro ou da aldeia (já que temos alguns alunos indígenas na nossa escola), ou seja, cada um direcionou as informações para o lugar onde mora. O que eles produziam, eu recolhia, fazia a correção e devolvia com algumas sugestões para melhoria do seu texto. Com os acrósticos, fizemos uma exposição no mural da escola.

Quando percebi que já podíamos partir para a produção final, elaboramos um roteiro para que os alunos pudessem delimitar o assunto sobre o qual ia escrever o seu poema.

Neste roteiro, o aluno deveria observar e anotar informações sobre o lugar que gostaria de descrever em seu texto como localização, cheiros, cores, movimentos, sensações, etc. Tudo que ele percebesse naquele local.

Em seguida, em sala de aula, os alunos transformaram estas informações em poemas.

Trabalhando desta forma, tive a oportunidade de acompanhar individualmente cada um dos alunos e perceber assim a dificuldade particular de cada um deles.

O que mais me surpreendeu com todo este trabalho foi o fato de alguns alunos que demonstraram, aparentemente, dificuldade em produção de textos, apresentaram poemas muito bons no final das oficinas. Com os poemas das duas turmas, organizei uma coletânea intitulada “POEMAS - O lugar onde vivo”.

Depois de concluir as oficinas, cada aluno recitou o seu poema durante o recreio para toda a comunidade escolar. Com isso, eles se sentiram valorizados e os demais alunos da nossa escola puderam conhecer o produto final de um trabalho tão gratificante.



2. Memórias literárias

Nas turmas de 6ª e 7ª série realizei todas as oficinas sugeridas pela sequência do material. Os primeiros relatos sobre suas memórias de infância os alunos fizeram oralmente. Nas etapas seguintes começaram a escrever sobre brincadeiras preferidas, lugares marcantes onde, de alguma forma, eles tiveram experiências que ficaram registradas na memória. Em seguida passamos a relatar memórias de pessoas da comunidade.

Para esta etapa da olimpíada, trouxe duas pessoas pioneiras da cidade para ser entrevistados pelos alunos, na sala de aula. Antes elaboramos o roteiro, conforme orienta a oficina número 11. Foi um sucesso a entrevista. Os alunos se empolgaram, porque estas pessoas trouxeram informações sobre a origem do município, as dificuldades, a forma de relacionamento entre as pessoas e as festas daquela época. Tudo sobre a cidade de Campinápolis, o lugar onde moram.

Com base nos dados da entrevista os alunos elaboraram um texto de memória. Fiquei muito feliz com o resultado. Até os alunos que apresentavam grande dificuldade nas produções textuais, conseguiram participar satisfatoriamente das oficinas.

Durante o trabalho com memórias literárias, percebi que poderia usar este recurso para aproximar os alunos aos seus familiares. Acho que nos dias atuais as famílias estão se distanciando muito uns dos outros, principalmente os adolescentes. Esta seria uma oportunidade de saber algo sobre alguém da família. Uma aproximação para reforçar os laços familiares. A partir daí parti para a segunda etapa do trabalho que foi elaborar um texto de memória a partir de uma entrevista com um membro da família: pai, mãe, avô ou avó. Elaboramos o roteiro da entrevista, juntos, em sala de aula. Os alunos levaram a tarefa e realizaram em casa. Produziram o texto com as memórias do entrevistado e trouxeram na aula seguinte. Não poderia ter sido melhor!

Os alunos, de forma geral, ficaram muito empolgados com a realização desta atividade, pois, segundo eles, não tinham nem ideia de tantas histórias que ouviram de seus familiares. Outros disseram que há muito tempo não tinha tido uma conversa tão bacana com seus pais. Alguns deles, no final, pediram para fazer mais vezes este tipo de trabalho.

Recolhi os textos, fiz as correções necessárias e devolvi aos alunos com algumas sugestões para aprimoramento. Em seguida recolhi os textos aprimorados e pedi ajuda de uma funcionária da escola para digitá-los.Logo em seguida, cada aluno fez a ilustração do seu próprio texto. Com eles, organizamos uma coletânea intitulada “Lembrar e coçar é só Começar”.

Trabalhar com sequência didática foi uma experiência positiva que quero continuar aplicando nas minhas aulas. Ela me fez perceber que um dos fatores que pode ter levado a esta defasagem nas produções textuais dos alunos seja a forma que vem sendo ensinado nas escolas.

Desta forma posso afirmar que, se antes de pedirmos uma produção de texto aos alunos, nós os ensinarmos a fazer, o resultado será muito mais proveitoso e significativo.

Professora Maria Dias dos Santos

Email: diasbauer@hotmail.com

Escola Municipal Anastácio Feliciano Alves

Campinápolis, Mato Grosso

Novembro/2010